Finalmente neste ultimo dia do ano, na edição on-line do prestigiado Jornal de Notícias uma boa nova:
Ashley Celeste Jaquite, a pequenota portuguesa que se encontrava em Madrid no hospital La Paz recebeu hoje transplante de figado que pertenceu a outra menina.
A operação que demorou sete horas e que no entender da cirurgiã Helena Rosso foi rápida e correu melhor do que o esperado não deixa de encher de alegria os portugueses habituados quase só a notícias ruins.
Esta é uma boa maneira de terminar um ano em que a violência
doméstica, e não só, sobre mulheres, crianças e idosos se tornaram tão vulgares nos meios de comunicação que, regra
geral delas tomamos conhecimento com pouca atenção e alguma ligeireza.
Nunca entendi a violência sobre mulheres, normalmente o elo
mais fraco duma união...
Mais difícil para mim é entender a violência sobre crianças, já
que entendo que crianças criadas num ambiente de violência,
ou são de estrutura mental muito forte ou terão tendência
a repetir no futuro aquilo de mau com que tiveram que conviver.
Também se me torna difícil entender a violência contra os idosos, que, à semelhança das crianças são frágeis e quantas vezes doentes.
Por muita amargura que os novos e "valentes" sintam
em relação a atos passados de seus pais ou avós nada justifica
o que de forma recorrente se lê nos jornais.
Mas de todas as formas de violência a que mais me enoja e repugna é a violência pedófila; não consigo entender que
prazer pode ter um adulto ao provocar dor fisica e mental
em crianças...
Mas, porque hoje é sabado e ultimo dia do ano foi com imensa alegria, decerto partilhada por todos os homens e mulheres de BEM deste Portugal, que tomamos conhecimento do êxito
do transplante hepático na pequena Ashley, não por ser Portuguesa, mas por ser CRIANÇA que concerteza irá ter no futuro uma qualidade de vida melhor que até aqui.
Por isto, e por todas as crianças, esqueçamos, ainda que por momentos, horas ou dias tudo de mau a que normalmente assistimos.
Um grande abraço de afeto à Ashley e família; à equipa médica
que tornou o milagre possível; e um afeto muito, muito especial à família que doou o figado duma criança que perderam, que concerteza foi muito amada, e da qual não é possível imaginar
a saudade e dôr que sentirão...
Esta crónica parece-me a melhor forma de encerrar um ano
em que este humilde servidor escrevente, se comprometeu com
o coração e a consciência em enaltecer os AFETOS muitas
vezes espezinhados ou simplesmente esquecidos.
Para todos os que tiveram a paciência de me lêr, desde abril deste ano, como sempre, deixo o meu abraço e o meu afeto. Amigos, Feliz 2012.
João Quitério