Nos tempos medievais as monarquias dispunham sempre da figura do truão.
Figura atipada, uma mistura de bôbo, palhaço, saltimbanco e dançarino que saltitando entre cortesãos e cortesâs os ajudavam
a passar as longas noites aborrecidas e chatas onde imperavam
as boas comidas e os bons vinhos.
Entende-se e compreende-se que assim fosse, não dispunham ao
tempo de rádio e muito menos de televisão para se entreterem e um
bôbo que os animasse e dêles próprios fosse, simpáticamente
critico e lhes proporcionasse umas boas gargalhadas, já que inofensivo, dispunha-os bem para a noitada que se seguiria nas
ricas camas de docel por entre as sêdas, linhos e saias de organza.
Os truões de então, por viverem no meio da fartura e da realeza
chegavam mesmo a esquecer-se da sua condição de servidores
e para o povão davam-se até ares de superioridade dada a sua
proximidade com o poder.
No entanto os truões tinham sempre que ter muito cuidado com as criticas por vezes mordazes que dirigiam à realeza poderosa; jamais
poderiam chamar-lhes cubanos, cambada, gays e outros mimos
e disparates que se nesse tempo existiam, só podiam ser ditos muito
baixinho.
No fundo, no fundo eles tinham que administrar muito bem o capital
que lhes era confiado...
Não amigos leitores, afastem esse pensamento que acabaram de
ter...
Qualquer semelhança com o que estão a pensar é só e apenas
uma divagação maldosa das vossas mentes retorcidas que sentem
uma vontade mórbida, de comparação com alguém do nosso tempo próximo ou por dentro do poder.
Hoje isso não existe nem é possível, e todos vivemos felizes porque
essa figura tradicional do tempo medieval não existe em Portugal...
Eu, apenas quis recordar uma figura histórica e histérica perdida
no tempo...
Com afeto e um abraço
João Quitério
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