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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

JOSÉ SOCRATES, E A DESVENTURA...




foto correio da manhã net




A imagem de José Socrates, elegante como sempre, aureolada pelos cabelos brancos; muitos mais do que quando subiu ao podêr; de pé à entrada da igreja, só, enquanto aguardava a chegada do corpo de seu irmão, falecido em Espanha, bem poderia dizer-se ser a imagem da desventura patenteada em três perdas: o poder, a morte súbita de seu pai há escassas semanas, e agora a do irmão António.

Os que já sentimos a perda do pai, do irmão, ou pior, dos dois,
ou mais pior ainda a perda também do projecto em que se acreditava;  goste-se ou não de Socrates, sabemos como o momento é difícil para qualquer ser humano enfrentar na vida
esta  trilogia de desgraça...

Os que ainda não sentiram, não estão isentos de  vir a sentir
o sentimento de perda, já que pela lei natural da vida, e salvo  algo inesperado, os pais morrerão primeiro, e manda o destino
e as leis naturais  e universais que todos um dia veremos partir
os pais,  eventualmente também irmãos, e os projectos de vida tendem cada vez mais a ser dependentes não do nosso esforço, nem das nossas capacidades, mas das leis irracionais do mercado, do liberalismo económico, da globalização,  do
capital, e imaginem, até dos rapazinhos teóricos das agências de ratings, que nunca vieram a portugal e sobre os seus créditos decidem sentados em poltronas nos gabinetes com ar condicionado na nação, neste momento, mais devedora do mundo, os Estados  Unidos.

Socrates  ao perder as eleições e consequentemente o poder,
no discurso que fez, mostrou uma dignidade pouco habitual nos
homens da politica...

Na perda do pai, algo inesperada e repentina, na dedicação
ao irmão durante a doença e na consequente morte deste, Socrates mostrou a grandeza de alma que torna os portugueses únicos e verdadeiros...

Inicialmente só, em frente á igreja onde chegaría o corpo de
seu irmão, não seria dificil adivinhar  que na mente do politico vaguearia a ideia de como na vida tudo é efémero e volátil...
Que tudo que nasce morre, e que cada dia é sempre, mas sempre, o primeiro dia do resto das nossas vidas.

Ao engº Socrates  e família com as condolências
deixo o meu abraço e o meu afeto

João Quitério
 

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