Não sou muito dado às coisas da politica; e como dizem os jovens não é essa a minha onda, não é essa a minha praia, mas fugiria á verdade se não dissesse que na juventude também eu
tive a minha epifania politica lá na terra.Essa passagem foi curta mas recordo-me perfeitamente de ter aprendido rápido a importância de não gritar, antes comunicar, com quem tem a delicadeza de nos ouvir, e então, falando baixo mas perceptível, tinha três vantagens:
primeiro - quem me ouvia acreditava na sinceridade do que lhes dizia;
segundo - nunca parecia desesperado pelo resultado final;
terceiro - mostrava firmeza e convicção nas ideias e ideais que defendia.
Nesta campanha eleitoral para as legislativas de 5 de junho de 2011 por vezes dou uma espreitadela
aos resumos da campanha e indigna-me a forma de comunicar dos nossos politicos.
Quase sem excepção eles não comunicam, antes gritam, berram, e quase espumam de raiva sem se
darem conta de olhar á sua volta e verificar que embora no meio de muita gente, ninguém os ouve;
porque ninguém ouve quem grita e o maior grito neste portugal de agora, é o grito mudo da legião de desempregados sem subsídio, da legião dos que têm fome e a escondem, da legião dos que precisam medicamentos e não os podem comprar, da legião dos que têm uma reforma de miséria, da legião
dos licenciados sem emprego, da legião de jovens trintões que se vêm forçados a viver em casa dos pais, derrotados e sem futuro. Todos gritam, por agora, em silêncio (até quando?) e os politicos não os ouvem...
E porque não os ouvem?
Porque se repararmos nos curriculos dos nossos politicos, regra geral, todos nasceram em berços de prata ou de ouro quando não de platina...
Tivessem eles vindo das catacumbas da miséria onde por exemplo se forjou o politico brasileiro LULA DA SILVA e saberiam que é preciso dar para receber, semear para colher.
Ora se eu, pessoa simples, sem titulo académico, sem carreirismo politico nas jotas, mas bem formado na universidade da vida na qual entrei aos onze anos, aprendi tão rápida e fácilmente as vantagens de não gritar, antes falar, interrogo-me frequentemente: PORQUE GRITAM OS POLITICOS PORTUGUESES.
Encerremos a nossa classe politica num conclave, fornecendo-lhes apenas pão e água para se alimentarem e ordenemos-lhes que têm 40 dias para se entenderem, para apresentarem ao país
a solução para TODOS os males que colocaram um país orgulhoso e nobre á beira da miséria e se o não conseguirem, peguemos então em homens simples, empresários, operários, agricultores, desempregados e obscuros escribas e demos-lhes a mesma indicação pois tenho a certeza que a maioria dos portugueses acreditam que não seriam necessários quarenta dias para encontrarem uma solução e um entendimento.
Talvez assim a democracia e a independência de PORTUGAL fosse salva.
Entretanto, como todos os simples, dia 5 vou arremessar o meu voto na urna como D.Quixote arremessava a sua lança contra moinhos de vento.
Mas dia 5 de junho também é liturgicamente, o dia da ascenção do senhor e quem sabe pode ser que ELE nos faça um MILAGRE...
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