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domingo, 22 de maio de 2011

ÁGUIA LUSITANA

Sou na cadeia da natureza uma  simples ave;  reconheço no entanto a minha importância pela imponência do meu porte, pela capacidade dos meus olhos verem coisas pequenas  a longas distâncias, pela largura e textura das minhas asas que me pertitem voar horas e horas sem descanso, pela capacidade das minhas garras  que me permitem agarrar as presas e fazer  pela vida. Afinal todos precisamos de comer... e até vós humanos precisais de matar para vos alimentardes.
Tenho tanta importância que  existe  até em Portugal um prestigiado clube de futebol que me adoptou como símbolo.
Mas a minha suprema vaidade é a minha prima americana, a mais aristocrática, a mais vaidosa da nossa familia, a  que a maior nação do mundo e  defensora da liberdade escolheu como   seu  simbolo.
Ela é tão vaidosa e com manias de jet set que roça por vezes tiques imperialistas;  mas gosto dela, somos familia e a família nunca se despreza no nosso círculo; esses  sentimentos baixos  deixamos a  alguns  humanos  que ainda não aprenderam o valor dos afetos.
Mas como em todas as famílias também eu tenho na minha memória genética histórias que nos atormentam;  mas não foi por culpa nossa, foi apenas  porque há mais de 6 decadas um senhor austro-germano de bigode ridículo  usou-nos como simbolo de bravura  dos seus exércitos que privavam de  liberdade os povos  mais fracos.  .
Ai meus amigos, como nós  gostariamos de não ter sido assim vilmente usadas. Mas outros exércitos houve que ao longo da história nos usaram sem que algum dos nossos antepassados fosse consultado.
Egipcios, Gregos, Romanos, Incas, Russos e outros mais.
Nós que fazemos jus á liberdade, sermos assim usadas não foi justo, não é justo, nem nunca será. 
Mas isto são histórias que um dia hei-de contar-vos.
Eu que sou a mais simples da linhagem, diferençada da Real que habita mais ao norte,  nasci do ato sexual de cenas tórridas de amor entre os meus pais,  num momento de descanso  entre  altos vôos num ninho pobre construido no cimo duma imponente fragada na  bela e grandiosa  serra   da  estrela situada no mais afetuoso  país do continente  europeu.
Chamam-lhe agora Portugal mas de outros tempos longínquos chega-me nos genes a informação  dos meus antepassados que dizem ter-se chamado   Lusitânia, um nome que até a mim me ficava bem.  Disseram-se que era uma terra de homens valentes, corajosos, honrados e que até deu ao mundo grandes escritores e poetas que concerteza  se ainda existissem não se calariam às atordodas da < prima  daquele senhor do bigode> que lá pelo centro da europa frequentemente fala deste lindo país  como se fossem uns miseráveis preguiçosos...
Isto não é comigo simples ÁGUIA COBREIRA  que em politica não me mêto, e que me esforço diáriamente por me alimentar aqui por estas vertentes da serra a fazer pela vidinha. Isso é lá com os humanos dados a essas coisas complicadas,  mas que me dói, dói, e fere os meus pergaminhos tão gloriosos. Afinal os meus antigos  até conheceram o VIRIATO; e outros  reis lusos.
 Bem  amigos,  eu tive um azar.  Como todas as jovens atrevi-me a voar um pouco para mais longe e lá para os lados de Portalegre fui ferid.  Foi então que  humanos caridosos que como eu também por aqui tratam das suas vidinhas que me recolheram e entregaram numa cidade chamada Gouveiae entregue á cervas,  um grupo de HOMENS E MULHERES NOVOS,  gente idealista dos novos tempos,  dessa coisa da ecologia...
Essa rapaziada tratou-me com carinho e atenção, alimentaram-me, e que trabalheira lhes dei,chegaram a não dormir e não sairem para a diversão noturna só para velarem o meu bem estar. Que vida de descanso que eu tive, nunca os vou esquecer.
Passados seis meses, lá no tempo deles, decidiram restituir-me á liberdade. Só não me pagaram o subsidio de doença,  explicando-me em surdina, porque esse tal de ministro que manda  nos dinheiros  cortou a verba.
Como foi belo o momento em que me largaram em liberdade nas encostas da serra, foi um momento tão importante para eles como para mim, estiquei as asas impulsionei-me para a frente e ainda dei uma volta de agradecimento. Os convidados eram  muitos, vieram em carros antigos luzidios,  homens e mulheres, e que mulheres... mas todos gente bonita a assistir ao momento do meu vôo rumo á liberdade e à procura do meu amado  com o qual vou construir o ninho onde brevemente criarei os meus filhos aos quais contarei um dia como nesta linda  serra existe gente tão boa, tão simples e tão afetuosa e hei-de mostrar-lhes as fotos daquele momento que também aqui neste blog vão ficar gravadas.
Bem hajam amigos, e porque eu vôo  mais alto do que vós e estou mais perto desse Senhor a que chamais Deus, se um dia o encontrar  não me esqauecerei de lhe dizer que vos proteja pelo que por mim fizeram.
Viva a liberdade de voar.

mãos firmes mas caridosas seguram-me
para me largar de seguida
o meu vôo rumo á liberdade.

O tratamento, cuidados e largada desta  águia pertenceu à CERVAS 
O tratamento e largada da ave é um facto real ao qual não assisti .
Os meus amigos Ana e carlos Pereira bloguista da vortex fotografaram.
o resto é somente ficção que me encheu a alma descrever.


1 comentário:

  1. "Tornar-se" uma Águia para narrar um seu momento histórico, não é para qualquer um...Emocionou-me, esta bela narração. Para "ilustrar", minha visita, quero dizer-lhe que o meu Ceará, no Nordeste do Brasil, já se chamou Nova Lusitânia...(contam nossos historiadores). Temos também uma Portalegre, que é serrana e fica no vizinho Estado do Rio Grande do Norte. Com isto, quero dizer, que essa história poderia ter se passado aqui, no Brasil tal as afinidades de nomes.
    Da Cadeirinha de Arruar, conto fatos reais, de sonhos tecidos nos afetos de minha família.
    Encontrando clima semelhante, aqui, resolvi anexar meu retratinho em seu painel de seguidores.
    Portanto, João, estou a seguí-lo.
    Eu vou>>>mas volto<<<
    Um abraço

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