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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

MINHA MÃE



Mãe,
Perdi-te fisicamente faz hoje doze anos, e se na minha memória existe a recordação desse dia e de alguns outros anteriores,  marcados pela tristeza de lentamente te ver definhar nos teus setenta e oito anos; enquanto em voz fraca me dizias estar à espera que Deus te fizesse a esmola de te levar a fim de acabar com o teu sofrer... o que é certo é que neste dia, parei para uma profunda reflexão sobre esta perda que antecedeu um corolário de perdas que veio dar razão ao que sempre me dizias: (quando a roda do moinho desanda...) e não escondendo a tristeza e dificilmente segurando uma ou outra lágrima teimosa que já aos meus olhos assomaram durante o dia de hoje, o certo é que não quero recordar muito o teu fim mas sim o principio...
O principio do tu e eu...
Foi no século passado, numa noite fria de Março, sob o signo de peixes,  que de ti nasci para a vida... 
Foi esse  o dia do nosso primeiro encontro.
Foi teu o primeiro beijo que recebi e se muitos outros houve pela vida fora eles foram o eco e extensão desse que por certo foi especialmente sublime e te encheu de alegria como um dia me contaste.
Mas minha  mãe, eu  sempre achei que já nos conhecíamos, e sempre o meu coração e a minha mente me diziam o que eu nunca ousei contar-te,  e como o lamento, é que mesmo dentro do teu ventre já te conhecia, eu escutava a tua voz, ouvia as cantigas que em momentos mais descontraídos ousavas cantar... 
Também lá, nesse pequeno mundo uterino protegido, aprendi a conhecer os teus momentos de desalento, de depressão, de tristeza perante as dúvidas que a vida dificil a ti e ao meu pai colocavam,
na  responsabilidade de pores no mundo um filho, que embora querido e muito amado por pais e avós não foi planeado, porque a vida estava má...
Mas afinal algum dia a vida esteve boa?...
Se esteve, tu e eu não demos conta.
Ali mesmo ao nascer conheci o teu cheiro... o cheiro inigualável que cada mãe possui e que cada filho atento irá  conhecer por toda a vida. Não houve perfume que o anulasse ou exorcisasse. 
O teu cheiro de mãe era tão unico como uma impressão digital; e para mim foi de tal maneira que no ultimo Natal que juntos passamos, o senti intensamente, ao reclinar a minha cabeça no teu peito cansado enquanto te pedia uma festinha e um abraço  como fazia em criança.
Mãe, quisera eu neste dia, ser poeta, e te escreveria o mais lindo verso que algum dia foi escrito...
Quisera eu dizer-te, com certeza, que é preciso morrer para se nascer de novo, mas tenho tantas dúvidas...
Quisera eu poder dizer-te ao ouvido, ternamente tanta coisa que ficou por dizer...
Quisera eu ouvir dos teus lábios outras tantas que nunca me contaste...
Quisera eu poder ainda passar as minhas mãos no teu rosto de pele de veludo acetinado (muito invejado...)
Mas agora, distante de ti e saudoso,
sem lágrimas, chorando em momentos de dor,
eu guardo no peito a imagem querida,
de ti minha mãe que foste um amor.

24Nov.2011

João Quitério


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

CHIQUINHO de Rio de Mouro... ou o maior dos afetos!





O ódio e o amor são os dois mais poderosos afetos da vontade humana...
Padre António Vieira


CHIQUINHO O FIEL AMIGO  DE RIO DE MOURO



A notícia foi amplamente divulgada em Portugal:
(chiquinho), assim lhe chamam, é um cachorro  de Rio de Mouro no concelho de Sintra que como sempre fazia, acompanhava a amiga e dona com quem vivia, ao centro de saúde Dr.Joaquim Paulino a uma consulta.

A senhora entrou no centro e dali foi transportada ao hospital de Amadora Sintra de ambulância, onde viria a falecer...
Passavam os dias e chiquinho continuava em frente do centro
de saúde esperando e esperando, tão pacientemente como só
um amigo canino o sabe fazer...
Triste e melancólico, dali não arredou patas sempre esperando,
sempre espreitando a porta esperando
que sua amiga aparecesse para regressar ao lar que partilhavam.
Gente boa do centro de saúde e arredores foram alimentando
tão fiel amigo de quem não poderia voltar mais...
Chegaram mesmo a construir uma casota em madeira para
que chiquinho, na sua interminável espera não passasse frio.
Televisões e jornais lhe dedicaram tempo que considero bem
mais útil do que os tempos dedicados a iniciativas governamentais e troikianas... Nem me constou que a troika
desse diretrizes do que fazer com o bicho num tempo em que
ela opina e controla toda a vida portuguesa. Confesso que cheguei mesmo a esperar que a sra. Merkel e o seu porta-chaves
francês dessem diretrizes do que fazer com o bicho...
Mas não! Nisto de afetos e necessidades as coisas passam-lhes ao lado...

Finalmente no JN  vejo a boa notícia, o chiquinho foi adotado por uma família da Damaia que se propõe dedicar-lhe o carinho, senão igual, pelo menos semelhante ao que tinha e estava habituado...
Eu, apreciador dos bichos, e com dois adotados por abandono,
(o rasteirinho e o mickei,) afirmo com convicção que chiquinho irá retribuir com juros altos o afeto que lhe dedicarem...

Mas cabe aqui uma breve reflexão sobre o amor e os afetos
dos bichos, e dos nossos amigos...
Quem não teve já longas horas de espera em hospitais e centros de saúde por amigos ou familiares?...
Todos temos alguns bons amigos na vida, mas qual deles seria capaz de tamanha entrega?

No tempo que esperamos não nos cansamos de perguntar se
demora, como está, e como será?
Nesse tempo de espera, quem se inibe de ir á cantina tomar
um cafézinho ou lanchar? Ou mesmo dar um salto a ver como
as coisas correm no escritório ou em casa?...
E claro, é humano, entendivel e aceitável...
Lentamente todos voltamos às nossas rotinas... pese embora o amor e o afeto que liga os humanos e dos quais nunca devemos duvidar.
Mas amor e afeto como o demonstrado por este e outros animais
nós ainda não cultivamos  entre nós, nem com os animais...
Todos temos sempre muita pressa...
E sem mais considerações deixo para os meus leitores e amigos
blogueiros um pedido para uma reflexão:
Nos tempos dificeis que nos assolam em que a perda da vida
a que muitos estavamos habituados, a troika e o governo, mais insensivel que já conhecemos,  nos está tirando lentamente,
não viremos a cara para o lado e encaremos os afetos que uns
e outros necessitamos dar e sentir e que por muito fortes que sejam, apenas serão uma pálida imagem dos afetos que o chiquinho nos trás numa lição de amor e entrega inigualável.

E porque é fim de semana, que governo ainda  mantém, reflexionemos...

Com um abraço e o  meu afeto

João Quitério

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O MENINO E O CÃO

Adicionar legenda

O AFETO NO MELHOR E MAIS DESINTERESSADO ABRAÇO
O meu amigo e jornalista ,  já dos tempos idos de Angola, prof. Antunes Ferreira, agora também blogueiro, teve a gentileza de me enviar este post ao qual não vou acrescentar palavras desnecessárias... (as imagens dizem tudo).
O afeto entre o Kandando (abraço) deste cão à criança, vem do muxima (coração) e é uma demostração da importancia dos Afetos...  Aprenderemos com as crianças e os animais?

 Com abraço e afeto
João Quitério

domingo, 13 de novembro de 2011

O ÓDIO E OS AFETOS

Pessoas há que nos seus relacionamentos, se dedicam a cultivar o
desprezo, a indiferença e frequentemente o ódio...
E por mais que se lhes tente demonstrar as vantagens que teriam
se em vez do desprezo, da indiferença e do ódio; cultivassem nas
suas vidas e nas suas relações com o semelhante, os afetos, para
já não falar no amor, as suas vidas, ainda que vazias de bens
materiais certamente seriam enriquecidas de PAZ e bem estar...

Mas não! 
Se por vezes nos parece que param por momentos a pensar no assunto, rápidamente voltam a ser  dominadas pelo mais ingrato 
e vil sentimento, mas claro não é de admirar já que está provado
ser o ser humano o unico animal que tropeça duas vezes na
mesma pedra...

João Quitério  

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O PAÍS ANDA TRISTE

Portugal anda triste e com depressão e não é para menos, sacode-se
os jornais e se o fizermos com alguma energia que a depressão
pública ainda nos permite, as desgraças, a corrupção e o esmagar
de uma vida que há muito os politicos e a troika nos vai paulatinamente retirando, toda a informação cai no chão enlameado
em que este país se transformou...

Hoje mesmo, no jornal de Notícias, a certeza daquilo que todos
sabiamos e os governantes nunca quiseram encarar... (filhos da alta
e lucrativa finança), os finórios habituais que se sentam à nesa do
orçamento, recebem bolsas de estudo universitárias porque os papás
dos meninos, ganhando milhares de euros, em negócios lucrativos
nas suas empresas declaram apenas em sede de irs pessoal  pequenos e ridiculos ordenados que quase os apresentam na indegência...
Defraudam assim o herário público e cuortam aos filhos dos
verdadeiros necessitados as bolsas que lhes permitiriam estudar
e formar-se para enriquecimento moral da sociedade...

Em que país permitimos que se torna-se este nosso Portugal, e tudo
isto á sombra dos nossos votos.

Esperemos com alguma ansiedade que os nomes dos chulos da sociedade sejam publicados e os mesmos obrigados a repôr, com
juros, as importâncias  que indevidamente usurparam...
Talvez assim passemos a acreditar que há justiça...
Talvez assim soubessemos quantos nomes sonantes da finança, da
indústria e da politica andam enredados nestas acções inescrupulosas das atribuições de bolsas de estudo.

Talvez assim  voltassemos a acreditar num país do qual apenas
se sente vontade de fugir, de abandonar e esquecer...

João Quitério

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O DESPERTAR DO MONSTRO CHINÊS






A grande muralha: protegeu-os da invasão mas não os impede de invadir...




Napoleão Bonaparte era um louco que sonhou dominar pelas armas a Europa e  talvez nos seus pensamentos até tentar dominar o mundo.
Era louco mas não era burro...
Era alem de estratega militar um visionário... 
A ele é atribuida a frase: (quando a china despertar, o mundo tremerá.)

Muitos de nós fomos ao longo da vida criados a pensar que
o despertar do dragão chinês adormecido, nos traria uma guerra da qual o ocidente saíria fatalmente vencido, dado o numero impressionante de combatentes possíveis de  recrutar entre o povo chines...
Foram feitos filmes teorizando diversas visões sobre o que seria
do mundo dominado pela força das armas chinesas.

O que nesse tempo ainda não muito distante, poucos pensariam
é que a china se transformaria numa potência económica e industrial passando de um estado totalmente marxista comunista a um estado capitalista disfarçado, que acabaria
por disponibilizar dinheiro às paletes para mitigar a falta
de capital de que o ocidente precisaria...

Não sei se existirá neste momento algum país no mundo que
não esteja a usufruir de empréstimos chineses, o que torna
as democracias ocidentais cegas surdas e mudas aos direitos
humanos constantemente atropelados pelos seguidores do
Sr. Mao tse tung...
E se os, ainda poderosos, lideres do mundo livre se atrevem
a falar dos direitos humanos na China, fazem-no de tal forma
em surdina que ninguém os ouve...

Ora notícias recentes dão como certa a disponibilidade do
governo chinês para ajudar a Europa com um fundo financeiro
de tal grandeza que pônha a Europa a viver novamente com
um desafogo que fará esquecer as asneiras cometidas na ansia
de ganharem dinheiro fácil em especulações financeiras que
colocaram o ocidente de cócuras...
E quando aceitarem essa ajuda que moralidade terão os paladinos da democracia e das liberdades em morder a mão
que lhes foi estendida?... Isto numa altura em que a China
já é o principal credor dos estados Unidos!...
O monstro acordou e seguiu à risca alguns dos ensinamentos
do Sr. Mao (se não os podes vencer, junta-te a eles...) e tudo isto
sem ser preciso dispararem um tiro que fôsse.

Vai custar-me muito viver num mundo resignado ao pragmatismo do capital e da perda de independência dum
continente que outrora descobriu,  dominou e levou cultura
ao mundo novo desconhecido...
Mas custa-me muito mais saber que os meus netos e bisnetos apenas venham a conhecer a cultura de onde descendem através dos livros que entretanto
alguns mais corajosos não deixem que sejam queimados...
Para onde caminhas Europa?...
Para onde caminhas Portugal?...

Com um abraço e o meu afeto
João Quitério