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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

VINHAIS E A CADELA DA CORUNHA

O sr. Horácio Calvo com sua cadela
Foto do Jornal de Notícias



Uma cadela de raça sabuesa, nascida e criada na Corunha,  Espanha, perdeu-se há oito anos do seu dono e companheiro com o qual partilhava caçadas e há dias foi encontrada vagueando na simpática e hospitaleira vila de Vinhais, distrito de Bragança a 300 kms. da sua residência.
Que caminhos percorreu,  porque montes e vales andou, por mão de que novos donos passou,  que dificuldades encontrou nestes 8 anos longe de casa, só ela saberá e jamais nos dirá...
As autoridades municipais recolheram o bicho no canil  e o diligente veterinário Dr. Duarte Lopes depois de lhe prestar cuidados foi verificar que o chip não correspondia ao modelo português; não desistindo, contactou colegas espanhóis que vieram a noticiar tratar-se de um animal perdido e que pertencia ao sr. Horácio Calvo, residente na Catalunha.
Avisado o sr. Calvo, logo se deslocou a Vinhais em busca da preciosa amiga canina e nem sequer foi precisa prova de propriedade  pois o animal logo o reconheceu e numa atitude própria de afeto que  os animais tão bem conhecem saltitou de alegria e contentamento.
No meio da alegria do reencontro os dois lá partiram rumo à corunha onde por certo novas caçadas os esperam.
A amizade e afeto entre os bichos e o homem é notória e vem registada nos genes e como seria bom se nós humanos seguissemos esse principio entre nós, capazes que somos de esquecer um amigo, não após oito anos mas por vezes em oito meses ou oito dias...
É necessário salientar a dedicação Dr. Duarte Lopes na procura do dono do bicho o que é muito próprio das gentes do agreste nordeste transmontano onde o tempo  não tem tempo nem stress,  os afetos são mais profundos e a dedicação um imperativo.
E vêm-me neste momento à memória uma frase batida, mas que a minha memória critica vai permitir explanar: Quanto mais aprecio os humanos mais gosto dos bichos.

Para Duarte Lopes e todos os que tornaram possivel este reencontro entre o homem e o bicho deixo o meu abraço e o meu afeto.

João Quitério
P.S.- este post por ter desaparecido do blog voltou a ser escrito mas mantendo em quase tudo o formato original.

domingo, 1 de janeiro de 2012

NOVO ANO...vida velha





O novo ano começa aqui e hoje, primeiro dia de janeiro de 2012; mas isso que importa? De ontem para hoje trouxemos os problemas que  carregamos no velho  2011 do nosso descontentamento.
Do ano velho para o novo transita, inteirinho o governo mais insensivel que alguma vez conhecemos no Portugal democrático.
Do ano velho trazemos às costas, arrastados como asnos a perda de independência de um país esquecido da sua história, amarfanhado, no seu orgulho de velho  descobridor de mundos; hoje graciosamente inclinado e sugeito às patadas duma "troika" e de uma imperatriz germana que de Portugal sabem tão pouco como alguns ministros...  Resumem todo um povo a meros numeros matemáticos e  do qual desejam apagar  a solidariedade social, justamente devida e a memória histórica.

Para 2012, se alguém tinha qualquer veleidade de esperança e ilusão em melhores dias, os tecnocratas, reformistas e liberais, (os que nos governam, e os doutos que opinam) lá nos foram avisando nas ultimas semanas que "2012 vai ser muito, muito dificil...
Dificil para nós povo, não para eles, que  sentados à mesa do orçamento, jamais passarão a comer uma sopinha ou se deslocarão envergonhadamente, às instituições de solidariedade social na procura de alimentos para sobreviverem.
Somos realmente um povo minguado de alma, quase desejoso de que a noite passada, às zero horas as estrelas se apagassem,  a lua se desligasse e os computadores se deletassem por forma a esconder a humilhação,  o desânimo, os problemas.
Mas hoje, no primeiro dia ainda que com nuvens (mau presságio), o sol por cima delas, Rei e Senhor, lá está iluminando, aquecendo e certamente pela noite a lua também lá estará  como sempre  e as estrelas,  também não faltarão, mas se não estiverem, resta-nos a esperança de acendermos uma vela para não tatearmos na escuridão que nos prometem e anunciam.
Na esperança de que mesmo os caídos na valeta,  possam   olhar as estrelas deixo os votos de feliz 2012...

Com o meu abraço e o meu afeto.
João Quitério